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às violetas, com amor.

 

 

se eu pudesse descrever 2012 em uma única palavra, poderia tão somentemente falar em saudade. mas não: mais que saudade, 2012 bastante significou minha dificuldade de se seguir adiante. aliás, perdi as contas de quanto o chão abriu e se fechou mormente meu leviano pensar em continuidade..

cada lembrança foi fulgaz, cada momento foi instável. denotaram demasiado meu medo do desconhecido, de modo que foi piorando para uma rotina das mais entediantes e, para não ser menos clichê, desestimulante, enfim. fui feliz também, por farra, fui feliz.

e se me perguntarem, direi, assim guturando, sem muito querer, que não alimento sonhos para 2013, o qual continua voltado para um punhado de dúvidas e de promessas pela falta de resoluções que ainda escapam de meus dedos tanto displicentemente em 2012.

talvez, mais que vcs, eu próprio continue me perguntando exato o que me indaguei em fins do ano de 2011: por que estou aqui, como diabos vim parar aqui e se tudo isso algum dia irá fazer sentido, tentando, quiçá, desvencilhar o tumblr_m8o661JFHX1qe31lco1_r1_500substancial e o concreto disso tudo, tentando, com sucesso ou em vão, encontrar-me no caos de minha própria cabeça…

em 2013, por ventura, eu continue pequeno, menor que o mundo ou mesmo menor que todo mundo, sem saber passar. e é mal da vida, sabe?! não saber passar… mas, quem sabe?, um alento traga a esperança de volta ou qualquer coisa assim que faça florescer, crescer e ser tudo prometido de novo..

poderia igualmente não me transformar em nada, completando o velho e tão habitual ciclo de um desejo que não se tem, do arrependimento de não ser ninguém, da insatisfação da palavra que não existe, dos fragmentos que criam em nós uma paisagem dolorida, um por do sol eterno do que somos.. vivenciando pequenas tragédias sem pronunciar-me exatamente acerca de nada.

seria nem aprazível nem desprezível, nem canalha nem o mais correto, nem herói nem monstro. perseguiria meus dias no meu canto, desbaratando uma resignação quinina e inteiramente infrutífera de que um inteligente não pode incorruptivelmente se tornar qualquer coisa, mas que só um louco pode se tornar algo.

como é que a gente sabe?! ! quando é que a gente sabe?! gracias a la vida, que é mesmo para os profissionais.