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sobre bancar o pinguim em cima da geladeira...

lembrando aqui de uma situação do ano passado, entre goles e outros de cerveja e uma brincadeirinha boba do tipo verdade e consequência, vez e outra o tema livros dava o tom do papo na farra.
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as pessoas insistiam em Harry Potter. e, mesmo já convencido de que preciso ler isso, ver o que guarda de tão especial, pra poder opinar legal, essa literatura pós-moderna não desperta em mim o mesmo interesse que os antigos alcançam.
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e até assumo de peito aberto todo meu respeito a quem se presta a escrever coisas dos tipo ou a quem gosta de ler a respeito, sabe?! afinal, é um feito e tanto do qual somente uma imaginação superior é capaz.
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e brincadeira vai, brincadeira vem, eis que um colega decidiu pertubar dostoievski lá no túmulo dele. todo seguro, porém, imprimindo um tom descompromissado começou: "pôxa, eu não gosto muito de dostoievski, não. acho ele muito auto-ajuda".
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geralmente converso sobre tudo, minha boca não para e me dou pra todo mundo. mas, depois da escuta, ri pra caramba. pq né?! achei uma puta proeza a pessoa tentar falar de dostoievski com a mesma desenvoltura e facilidade de quem assiste aos filmes de Harry Potter, Senhor dos Anéis e, mais recentemente, os da saga Crepúsculo e afins.

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tenho eu cara de quem sofre?! cara de quem só vê problemas e nunca solução na vida?! porque meus próprios amigos e colegas acharem que leio Dostoievski porque preciso de ajuda só pode haver alguma coisa de errado.
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ou seria intolerância demais trocar de amizade por tanto?!
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"when I climb the stair and turn the key..."

minha vida social por lá tem se resumido a duas situações: ou as pessoas tentarão me provar que são melhores que eu em algo o qual nunca imaginei ser, pensar que era, ou se reconherão de jeito tal, estranhamente, necessitadas, sei lá, que virão até mim buscando conselho.
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esse último tipo de papo tomará o mesmo viés: a pessoa fala, eu escuto, depois dou um posicionamento (às vezes, nem dou) e ela vai sorrir e me abraçar, agradecendo por eu ser como sou.
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mas quando essas pessoas vão me escutar falar, dizer-me o que quero ouvir e me fazer rir quando eu mais precisar sem procurar meios de se desligar da conversa ou pensar outras coisas?!
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minha casa, meus amigos, um amor pingado de 2002 pra 2003 reacendido em 2010, o ar, a movimentação, o bregão que toca nas rádios populares, o cheiro da cana, todos do lado de cá nunca antes fizeram tanto sentido.
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lá eu não tenho uma pessoa. as pessoas de lá, também não.